domingo, 9 de agosto de 2020

TRIMEMBRAÇÃO SOCIAL



De nada vale o conhecimento sobre Trimembração Social se não tivermos Educação e Cultura, os quais devem ser os instrumentos de elevação humana, através da conquista da virtude, o que se pode denominar de “individualismo ético”. Mas não se pode ficar centrado em si mesmo: é preciso  que o ser humano se realize no mundo como ser moralmente produtivo. Para isso, a vida cultural/espiritual deve criar Bancos sociais, no sentido de que o dinheiro cumpra o seu papel individual, social e econômico. O “Banco social” deverá visar a “circulação do dinheiro”, no sentido de fomentar o capital de empréstimo e de doação, para aqueles que necessitam de meios para trabalhar economicamente no mundo, ou para a cultura.

Outra medida importante é entregar à iniciativa privada as estatais, seus bens e propriedades. Com relação à Terra, é preciso se chegar a novos conceitos, pois, nas “eras rudes da sociedade”, ela não pertencia a ninguém. O monarca, ou senhor do feudo, apenas arrendava do rei. Justamente o rendimento elevado da terra provoca um aumento do preço dos produtos. Enquanto permanecer o crédito real, para a terra, sem se cultivar nada, deixando-a em seu estado original, como nos grande latifúndios, se estará apenas elevando o preço da terra. Esse capital acumulado, especulativo, artificial, é altamente danoso para a economia, porque a natureza não pode ser ligada ao capital, mas ao trabalho. Pela própria condição da natureza, as terras não podem aumentar de valor, se não se aplicar um trabalho nelas. A terra, por sua própria condição natural, não tem valor. É o trabalho que deve ser considerado como elemento de elevação do valor e não a terra em si. Por isso, o crédito, o capital, deve ser direcionado para quem quer trabalhar e não para a terra. É preciso que o setor jurídico trace as normas legais na nova estruturação do organismo social, no sentido de que a terra não seja possuída nem pelo Estado nem pelo indivíduo. Ela poderá apenas ser colocada à disposição para uso, através de uma Carta de Direito da Terra, a ser elaborada pela Justiça. Inclusive, com esta proposta, deverá ser estabelecida a nova política agrária, pois não mais existirão os “sem terras”. Todos terão uma terra.

Nesse sentido, a produção tem a ver com: os bens de capital, a força do trabalho e a terra. Os bens de capital constituem a capacidade do espírito humano, que se condensa numa máquina, numa fábrica. Essas podem produzir bens para serem consumidos, mas elas mesmas não podem ser consumidas. Para isso, sempre se utiliza alguma matéria-prima que vem da “terra” e, através do “trabalho”, esses bens entram em “movimento”, na circulação comercial. Para se realizar algo no mundo, necessita-se de crédito pessoal. Esse aspecto implicará na estruturação da Vida Cultural/espiritual no mundo, para que esta crie Bancos sociais.

Antonio Marques

(Referência: Steiner, Fernandes, Smith, Budd, Vogel e Hermannstorfer)

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ÍNDICE

Bloco 1 Abuso de Autoridade  O Fim da Política  Violência na Política  O Estado Teocrático  A Intromissão Estatal Imperium Estatal ...