Só não nos tornamos um Irã
dos Aiatolás porque não temos cultura milenar. Afinal a Antiga Pérsia foi o
berço da civilização, período no qual a Religião preponderava sobre a sociedade
constituída entre: “religião - monarquia - comércio”; numa forma monolítica
piramidal ou Uni-membração Social. A Religião era calcada nos Mandamentos (com
códigos e normas), os quais geravam impulsos sociais e econômicos. O ser humano
não existia como indivíduo (como ser livre), pois estava subjugado à divindade,
à terra, à hereditariedade e ao monarca.
No período greco-romano
nasceu o Direito — o “civis romanus” (o cidadão de Roma), com direitos,
deveres, propriedades, tribunais etc. Pode-se denominar Bi-membração Social. E
recentemente com as grandes navegações (1500), nasceu a Economia, necessitando
de “capital” (significa aquele que usa a cabeça - capitis) para investir em
grandes projetos “globalizantes” (um produto feito aqui pode atender a
necessidade de um consumidor do outro lado do globo). Estamos vivendo então a
Tri-membração Social?
Ainda não. Todos países
estão atrasados nesse quesito evolutivo civilizatório: todos estão vivendo a
Bi-membração Social, entre as Vidas Política/Jurídica e Econômica. Onde está a
Vida Cultural/Espiritual da humanidade, onde deve imperar o “liberalismo”?
Voltando ao nosso país,
com todo mérito do atual Estado brasileiro ter feito uma faxina moralizadora no
tocante à corrupção e desmando com a coisa pública; e começando a entregar seu
patrimônio de bens de produção, empresas etc nas mãos da iniciativa privada
(economia), mas está exalando ar teocrático — em grande parte por estar
atrelado à bancada religiosa no Congresso. No entanto Estado Teocrático é um
retrocesso evolutivo, pois já deveríamos estar vivendo sob a égide dos três
poderes:
Liberdade — para o
indivíduo (Liberalismo)
Igualdade — perante as
leis (Democracia)
Fraternidade — para
trabalhar para os outros (Economia)
A prerrogativa Estatal é a
de promover a “igualdade” entre todos perante a lei e de fornecer serviços
públicos de qualidade (segurança pública, burocracia documental, estradas etc).
A postura teocrática estatal subsististe por causa da ausência do 1º membro do
organismo social, que no passado era a Religião, como se mostrou acima.
É preciso resgatar o 1º
membro do organismo social - para dentro do seio da sociedade com a criação do
Conselho Cultural do Brasil (CCB) em Brasília. Assim teremos um projeto de
sociedade que almejamos. Teremos um futuro para todos. Todos são convidados a
participar. Entre no blog para ver outros artigos.
Antonio Marques
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