Não temos modelo de
Liberalismo no mundo, porque ainda não existe como instituição formalmente
constituída. O Liberalismo permanece no imaginário das pessoas como doutrina
baseada na liberdade individual. Em tempos imemoriais era representado pela
Religião, a qual incorporava o Estado e a Economia (temos o exemplo do Estado
fundamentalista dos Aiatolás) — o ser humano não tinha representatividade e
estava subordinado ao sacerdote, ao monarca e à tribo. Esse período se nomeia
de Unimembração Social.
Na antiga Roma nasce o
Direito, o “civis romanus”, o cidadão de Roma, com direitos, deveres,
propriedades, tribunais etc. Nasceu o Estado (Política e Justiça) e por isso se
nomeia de Bimembração Social. Mas o ser humano continuava sob domínio dos
imperadores e do trabalho (na maioria escravo).
Com as grandes navegações,
precisava-se de “capital”, nascendo assim a Economia (capitalismo significa:
aquele que usa a cabeça - “captis”); e que se torna a cada dia mais globalizada
(para atender as necessidades do outro). Mas também não temos o ser humano
livre, porque hoje está atrelado aos sistemas governamental e ao mercado. Ainda
estamos vivendo período pós-Roma (Bimembrado) e dessa maneira o ser humano (o
Liberalismo) se manifesta através do Estado, que se nomeia de “Estatização”
(ditaduras de direita e de esquerda); e através da Economia, que se nomeia em
“Neoliberalismo”. Não estamos ainda vivendo sob a égide da Trimembração Social
(liberalismo - Democracia - Economia), porque o Liberalismo não nasceu ainda.
Apesar das inúmeras
Revoluções que varreram o Ocidente (América do Norte, Bélgica, Itália, Suíça,
França etc) e Conjurações (Mineira, Baiana, Carioca, Pernambucana e Suassuna),
ainda não absorvemos os três ideais sociais iluministas: “liberté - egalité -
fraternité”. Por isso estes ideais sociais polarizaram-se em ideologias (la
droite et la gauche) e irromperam as Guerras. Por isso o organismo social
continua doente. Até quando?
Falta nascer o 1º membro
do organismo social — a Vida Cultural/Espiritual (Liberalismo) no seio da
sociedade, para inaugurarmos a Trimembração Social. Por isso a nossa proposta
de se criar o Conselho Cultural do Brasil (CCB) em Brasília, junto com outros
poderes para dialogarem entre si e gerar saúde ao organismo social — e a todos
nós.
Qual finalidade de se
criar um corpo físico, uma instituição para o Liberalismo? Este órgão deverá se
preocupar com os assuntos espirituais humanos e que tenha como tarefa a
promoção dos mesmos. Exemplo: o dinheiro que é uma forma de ser realizar no
mundo, deverá ser usado de forma altruísta: das suas três finalidades = de
“compra” (de uso particular), de “investimento” e de “doação”, estes dois
últimos deverão estar sob a guarda do CCB, para o indivíduo moralmente produtivo
e para iniciativas de pesquisa, ensino e cultura, respectivamente. Para isso um
de seus departamentos funcionará como Banco Social.
Esta criança precisa
nascer. Precisamos de muitos obstetras, parteiros(as), enfermeiros(as),
auxiliares, colaboradores, divulgadores, apoiadores etc.
Antonio Marques
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