domingo, 9 de agosto de 2020

AMÉRICA- IV



“A consciência histórica é a chave para uma compreensão criativa do futuro” - Lex Boss


Sabemos dos textos anteriores que o “impulso Templário” — cuja essência tem a ver com a trilogia “ora, convive et labora” (trimembração social) e seu principal mote: lidar com o “dinheiro” (sistema bancário) de forma altruísta — foi trazido ao Brasil para ser concretizado na futura época cultural Americana.

Esse “espírito do tempo” retornou no séc. XVIII, denominado “Iluminismo”, varrendo o mundo ocidental, clamando contra o colonialismo e o absolutismo; e buscando novo paradigma social àquele que nos precedeu, a Idade Média, denominado Idade das Trevas. Mas não adiantaram as revoluções mundo afora: Suíça, Norte-americana, Inglaterra, Irlanda, Países Baixos, Bélgica, Gênova e finalmente França (1789). E o quê o Brasil tem a ver com isso? — Nós também fizemos parte e tivemos as nossas revoluções, conhecidas como “Conjurações”: Mineira, Bahiana, Pernambucana, Carioca e Suassuna.
Seus três ideais eram:

Liberdade — no pensar (liberalismo)
Igualdade — na vida do direito (democracia) Fraternidade — na vida econômica (socialismo)

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Obs.: A palavra “Socialismo” é conhecida erroneamente como viés político — no entanto seu verdadeiro significado etimológico é = trabalhar para o social, trabalhar para os outros; ou seja, faz parte da esfera econômica, onde deve imperar a fraternidade.

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— Porque ainda não estamos vivendo sob a égide da Trimembração Social? Será que perdemos a memória histórica? Não demos um passo para frente e ainda amargamos a sociedade “bimembrada” (polarizada) entre “Política - Economia”? Onde está a Vida Cultural/Espiritual (liberalismo)?

— O motivo é porque não tivemos o grão-ducado de Kaspar Hauser von Baden (1812 – 1833), no sul da Alemanha, neto de Napoleão Bonaparte. Este, ao vencer o Sacro Império Romano-Germânico (Áustria e Prússia) na batalha de Austerlitz, aglutinou 16 estados alemães sob a denominação de Confederação do Reno (Rheinbund), querendo com isso conseguir a paz na Europa e concretizar o “iluminismo”, através de seu neto Kaspar. Mas este foi raptado ao nascer, preso incomunicável e assassinado aos 21 anos.

Enquanto na França ocorreu a Revolução armamentista, com a queda da monarquia, na Alemanha a Revolução foi filosófica, através de Friedrich Schiller (1759 – 1805) com suas “Cartas Estéticas”. O que essas Cartas falam? Elas relacionam os impulsos humanos com as forças sociais presentes no organismo social e sugere encontrar um meio termo, que ele nomeia de “Cultura”. O grão-ducado de Kaspar serviria de vitrine para mostrar ao mundo este organismo social trimembrado schilleriano de forma “imagética” (em imagens) e hoje saberíamos como concretiza-lo no mundo.

E como seria essa nova sociedade e como ela estaria organizada? “Ao lado do Parlamento Político, que administra a posição jurídica do indivíduo perante a coletividade e do povo todo perante o mundo internacional, e ao lado do Conselho Econômico, que deve zelar pelas bases materiais da vida do povo, precisamos de um Conselho Cultural que se preocupe com os assuntos espirituais e tenha como tarefa a promoção dos mesmos” (Rudolf Steiner, Dornach, Suíça em 26.12.1920 - GA 202).

Por isso nossa proposta: precisa-se criar o Conselho Cultural do Brasil (CCB) em Brasília DF, como “poder moderador”, para dialogar com os outros dois poderes.

Mais informações no livro “Psicologia Goethiana - projeto de sociedade que todos queremos - a mudança começa comigo”, São Paulo : Barany, 2016, deste autor.

Dr. Antonio Marques
Conselho Cultural do Brasil (CCB)

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