Seu criador foi Henri de
Saint Simon (1760 - 1825) que defendeu a tecnocracia (governar através da
técnica) e o planejamento industrial. Seu lema era: “cada um segundo sua
capacidade; a cada capacidade segundo seu trabalho”. Sua visão apontava para o
trabalho como gerador da produção econômica; e desta beneficiaria a todos.
Exigia-se “trabalho” para gerar produção. Ou seja, deve-se trabalhar para o
social, para o outro.
Depois Noël Babeuf retirou
a fundamentação teológica, para distribuição de riquezas e propriedades, para
diminuir a distância entre ricos e pobres. Ou seja, suprimiu-se o “trabalho”
para entrar no final: a divisão de riquezas. Dessa maneira estava se cumprindo
a Utopia de Tomás Morus, a “ilha da felicidade” (você merece ser feliz) -
dividir as riquezas, mas sem trabalhar.
Finalmente Karl Marx levou
a extremo, dizendo que para conseguir o que Babeuf dizia, seria conseguido
através da luta de classe e da ditadura do proletariado (= comunismo).
Portanto, é preciso
resgatar e salvar o Socialismo para sua finalidade precípua, conforme seu
criador acima: “cada um segundo sua capacidade de trabalho”. Ou seja,
socialismo significa trabalhar para o social, para os outros, significa nos
tornarmos moralmente produtivos.
“Socialismo rima com
Moralidade”. Por isso deve fazer parte do organismo social como um todo. Assim
como nosso organismo físico é dividido em três partes (cabeça, tronco e
membros), também o organismo social é trimembrado:
Liberalismo — Vida
Cultural/Espiritual (liberdade)
Democracia — Vida
Jurídica/Política (igualdade)
Socialismo — Vida
Econômica (fraternidade)
Esta citação de Steiner
mostra que cada esfera do organismo social tem que trabalhar em integração com
as demais — toda vez que uma área sai do conjunto, gera-se uma patologia
social:
Liberalismo —>
neoliberalismo
Democracia —> ditadura
Socialismo —> comunismo
“A humanidade não terá
mais o que dizer, se não estruturar seu organismo social no sentido da trimembração:
do socialismo para a vida econômica; da democracia para a vida do direito (ou
do estado); e a liberdade ou do individualismo para a vida do espírito”.
GA 206, palestra de 9.8.19
p.18 Col RYS.
Antonio Marques
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