Estamos cansados de ver a
intromissão Estatal nos outros dois órgãos do organismo social: na Vida
Cultural e na Vida Econômica. Isso ocorre porque nossas autoridades desconhecem
como funciona o organismo social; e acaba resultando numa “doença” nesse
organismo social. É preciso fazer um diagnóstico da situação para depois
instituir o remédio correto.
Por exemplo: 1)
recentemente o Estado (através de um Ministério) impingiu abstinência sexual em
jovens para evitar gravidez precoce, com a justificativa de proteger as
crianças. Não resta dúvida de que essa situação é preocupante de meninas sem
maturidade se engravidando. Mas dessa maneira o Estado entra numa esfera que
não lhe compete, ao assumir uma postura religiosa dogmática, violando o regime
de liberdade individual. Só que essa esfera pertence à Vida
Cultural/Espiritual, que por não existir como instituição, é invadida pelo
Estado. 2) No outro extremo vemos o Estado possuir fábricas, propriedades, bens
de capital etc competindo inclusive com o setor produtivo. Só que essa esfera
pertence à Vida Econômica.
Portanto, esses dois erros
crassos precisam ser esclarecidos e corrigidos. Para isso é preciso entender
como funciona o organismo social — que a exemplo do organismo humano, como o
filósofo grego Protágoras (450 a.C.) falava: “o homem é a medida de todas as
coisas”, aponta para conhecermos sobre o ser humano para entender o
funcionamento do organismo social. Plantão aprofunda mais: “há no organismo
humano como no organismo social as mesmas partes e números iguais” (Rep. 441c).
Ou seja, existe uma fisiologia humana que, ao compreende-la poderemos entender
como funciona o organismo social. Estamos falando de uma “fisiologia social”.
Por isso Steiner
enfaticamente afirmava: “Ao lado do Parlamento Político, que administra a
posição jurídica do indivíduo perante a coletividade e do povo todo perante o
mundo Internacional, a ao lado do Conselho Econômico, que deve zelar pelas
bases materiais da vida do povo, precisamos de um Conselho Cultural que se
preocupe com os assuntos espirituais e tenha como tarefa a promoção dos mesmos”
Steiner (GA 202).
“Tanto o Estado
Político-Jurídico quanto o setor econômico receberão diretamente do setor
espiritual autônomo, as influências culturais necessárias às suas próprias
funções” (Os Aspectos Fundamentais do Problema Social, p.66).
Por isso se faz necessário
o resgate do 1º membro do organismo social, como Conselho Cultural do Brasil
(CCB) que estamos pleiteando para seja criado em Brasília, junto com outros
dois setores, para atendermos às três esferas do organismo social:
Vida do Indivíduo -
liberalismo (CCB, a ser criado)
Vida jurídica/política -
igualdade entre todos
Vida econômica -
fraternidade (trabalhar para os outros)
Antonio Marques
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