domingo, 9 de agosto de 2020

MEMÓRIA I


Memória é a capacidade de armazenar dados, imagens e informações, de experiências vividas, sentidas e pensadas — em uma região fora do domínio consciente; ou seja, elas ficarão no “inconsciente”. Tão importante também é a capacidade de recuperar (evocar) essas informações disponíveis e colocá-las de novo no consciente. No fundo, tudo o que foi criado ou gerado fisicamente, começa a desenvolver memória, desde seus primórdios. Portanto, memória diz respeito ao “passado”

Existem três tipos de memória: individual, coletiva e cósmica. Ou pode-se dizer: corporal, anímica (da alma) e espiritual. Ou ainda: humana, da natureza e divina.

No primeiro caso, a Psicologia diz que a memória humana se situa na esfera inconsciente da alma (id ou libido) e se aloja na esfera do abdômen, onde temos os órgãos digestivos e sexuais. Represente a parte mais antiga do ser humano, como uma contra-imagem do cosmo criado. Por isso se diz: “o microcosmo repete o macrocosmo” ou “a embriogênese repete a filogênese”.

Para tornar conscientes os fatos ou as imagens guardadas no inconsciente, temos que pinçar de volta ao nosso pensar, ao nosso consciente. Quem faz isso é a parte nobre da alma, o Ego ou pensar “téchnai” (técnico, como fala Platão), situado na cabeça, onde temos o pensar intelectual usado “indutivamente” para nomear as coisas (as evidências). Como o Ego é subdividido em três partes: “Phantasie - Dóxa - Dianóia” (Platão), serão três finalidades da alma consciente, as quais servem ao pensar intelectual: 1) buscar no repositório da alma inconsciente (situada no abdômen) alguma imagem ou dados guardados que se quer ver ou pensar de novo; 2) depois essa imagem passa por uma análise ou “julgamento” (Freud nomeou de “super-Ego”); e 3) finalmente ser retransmitida ao espírito, para que este veja as imagens ou as informações armazenadas. Portanto, quem pensa é o espírito (não a cabeça) e a alma consciente (Ego) apenas “pinça, julga e retransmite” ao espírito.

Como tudo criado gera memória, nosso etérico que recebemos ao nascer também desenvolve uma memória mais organicista, que plasma a matéria, como 4 éteres: “calórico, aéreo, aguoso e terreno”. Nos éteres existem também memórias, que são armazenadas e retransmitas para gerações futuras. Dessa maneira o passado (a memória) começa a consubstanciar o futuro. Por isso Lex Boss dizia: “A consciência histórica é a chave para uma compreensão criativa do futuro”.

Nessa área abdominal a alma inconsciente realiza os movimentos organismos e enzimáticos digestivos (não temos consciência) - onde existe uma memória orgânica. Também atuamos através dela para executar gestos ou movimentos corporais, quando Eu (espírito) penso em algo e levo meu pensar para realizar aquele gesto ou ato. Mas isso ocorre porque essa área se deixa permear (existe “liberdade no agir” - não existe nervo motor) pelo nosso pensar porque aí vige a 1ª hierarquia, os Serafins, seres da Vontade (ou do Querer) — que no fundo são seres invisíveis do Amor (não conseguimos enxerga-Los ao visitarmos sua morada). O que se consegue perceber é que são seres invisíveis de puro Amor (é um local transbordante de amor), que se doam em liberdade como “potência”, para que Eu transforme em “ato” o gesto que eu quero dar.

Portanto, a memória mais antiga que carregamos no corpo está preenchida pelos Serafins. Por isso, ao excetuarmos gestos e movimentos, esses Seres se satisfazem, se sentem realizados e alimentados espiritualmente. Existe uma simbiose fantástica entre nossos Criadores e nós seres criados — mas com tamanha liberdade e em amor pleno de doação. O que Eles esperam de mim? Não seja subserviente a nada — você é um ser divino também, se coloque no mundo como homem ou mulher! Vá à luta, viva, faça algo, construa o mundo — porque estaremos aqui como retaguarda, como passado, como memória.

Portanto, a memória são Serafins que repousam dentro de nós no metabolismo. Eles construíram o ser humano na fase Saturnina a partir da Vontade atuante de Deus. E hoje nós humanos atuamos movendo o corpo dentro desses Serafins.

Dr Antonio Marques



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