domingo, 9 de agosto de 2020

MEMÓRIA II


Deus não é construtor de mundos. Quem constrói são seus filhos, as hierarquias: 1) do “passado” temos o cosmo visível e seus habitantes, criados pelas três hierarquias superiores à nós — onde temos a “memória cósmica”; e 2) do “futuro” dependerá do esforço humano (somos a 4ª hierarquia), que se subdividirá em “comunidade do bem”, que construirá a Nova Jerusalém (Júpiter) e na “comunidade do mal” que viverá no seu satélite, na “terra colateral”.

“Deus falando às hierarquias: ‘fabricai’ seres, porque o Universo está incompleto. (...) Se de mim fossem fabricados, seriam imortais iguais a mim” (Timeu 41). Deus forneceu apenas o projeto, a planilha: “Todas as coisas que primordialmente foram geradas receberam suas figuras do Demiurgo ordenador pela ação das ‘Ideias’ (eidesí) e ‘números’ (arithmoís)” (Timeu 53).

Mas, para “fabricar”, houve a “necessidade” (anánkê) de surgir um racha, uma polaridade no mundo espiritual — cujo objetivo era dotar o ser humano de duas qualidades (bem <-> mal) para conquistar a “liberdade”. Nesse sentido, alguns seres se sacrificaram na evolução, para ficar retardatários e assim gerar um “peso” no Cosmo Divino. São denominados seres decadentes ou do mal, pertencentes à 3ª hierarquia (anjos, arcanjos e arqueus), cujos representantes são conhecidos como seres: luciféricos, ahrimânicos e asúricos, respectivamente. Dessa maneira esse “peso” foi sofrendo decantação e caindo para o “centro do Universo”.

Portanto, “tou kósmou génesis ech anánkês te kai nou sustáseôs egennéthê” (o nascimento do cosmo teve lugar por uma mistura de duas ordens: da sabedoria e da necessidade - Timeu 48). A necessidade representa o mal, que não forma modelo, mas “subjugo” — que num processo de decantação, por causa das suas composições “alógica e amétrica” (álogos e ametrós), reina somente aqui embaixo na região sub-lunar (Platão). Esse “peso” (materialidade) foi afundando no “abismo” (Apocalipse) e ficou reduzido, nesta fase planetária terrena, nos planetas sólidos do sistema solar: Terra e lua, Mercúrio, Vênus e Marte.

Nesse sentido não aconteceu a explosão do “Big-Bang”, mas um processo de decantação do que era pesado (dos seres decaídos) e no entorno dessa primeira formação cósmica, a luz espargiu para a periferia (“faça-se a luz”,  através dos Elohim - seres de luz), criando assim o “espaço” cósmico.

 Por isso no cosmo periférico não existe materialidade — são estrelas, galáxias, nebulosas, areias cósmicas, com seus coloridos fantásticos, que correspondem às “moradas” de seres divinos (na Casa de meu Pai há muitas moradas). Por isso estamos sob o manto do Cosmo de 13 constelações zodiacais — a 13ª é Ofiuxo (em grego: “o homem que segura a serpente”) ou Serpentário, representante do ser humano e da Medicina. O mais intrigante: nessa região aconteceu uma explosão de supernova.

Quando olhamos para o céu vemos a “memória cósmica”, das ações das hierarquias que “fabricaram” este mundão de Deus. Essa explosão justamente numa região correspondente à 13ª força zodiacal nos faz refletir. O quê está acontecendo no céu, na morada dos deuses? O quê isso pode traduzir para nós seres humanos? O que temos a ver com isso?

De qualquer maneira os seres divinos que têm suas “moradas” no Cosmo, não veem esse mundo cósmico visível. Eles precisam do ser humano, através do nosso olhar, da nossa visão, da nossa relação com Eles.


Antonio Marques



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