domingo, 9 de agosto de 2020

O "EGO" NASCE DO "ID"- V

Segundo o pai da Lógica e da Ciência, “todos homens desejam por natureza conhecer” (Metafísica I). Para o ser humano se interessar pelo mundo entra a serpente no Paraíso, que induz aos dois virginais a abrirem seus olhos. Por isso o “pecado é histórico” — e não original; pois de Deus só se tem o Bem (o caráter virginal). E graças ao mal “ganhamos a liberdade” — e com ela as suas consequências: doença e morte.

Das três partes da alma, o que prepondera é sua parte inferior (id ou libido), sede dos desejos e paixões — “sedenta por riquezas” (Platão), alojada na área metabólico-genital. Esse mesmo impulso “desejoso” ascendeu como sentimento (alojado no coração) e chegou ao pensar trivial egóico (centrado na cabeça). Afinal, o que mexe a alma é o desejo — e como são três partes da alma, serão três desejos: carnal, sentimental e pensamental, respectivamente. Por isso Freud sentencia com propriedade que “o Ego nasceu do id”. É nossa alma que nos projeta no mundo lá fora, justamente para trazer informações ao espírito; em contrapartida é o próprio espírito (Eu) que executa o movimento através da alma.

Nesse sentido, a alma (psiquê) é uma vestimenta para o espírito que nasceu virginal e precisa evoluir (conquistar a liberdade e o amor). Só assim o espírito evolui: na confrontação (ou espelhamento) com a materialidade através da sua alma. É o símbolo da medicina, como foi mostrado: “serpente”, que representa a alma, presa por três partes ao “bastão”, que representa o Eu (Self ou espírito).

Aguarde próximo capítulo.

Antonio Marques

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