Das três partes da alma, o
que prepondera é sua parte inferior (id ou libido), sede dos desejos e paixões
— “sedenta por riquezas” (Platão), alojada na área metabólico-genital. Esse
mesmo impulso “desejoso” ascendeu como sentimento (alojado no coração) e chegou
ao pensar trivial egóico (centrado na cabeça). Afinal, o que mexe a alma é o
desejo — e como são três partes da alma, serão três desejos: carnal, sentimental
e pensamental, respectivamente. Por isso Freud sentencia com propriedade que “o
Ego nasceu do id”. É nossa alma que nos projeta no mundo lá fora, justamente
para trazer informações ao espírito; em contrapartida é o próprio espírito (Eu)
que executa o movimento através da alma.
Nesse sentido, a alma
(psiquê) é uma vestimenta para o espírito que nasceu virginal e precisa evoluir
(conquistar a liberdade e o amor). Só assim o espírito evolui: na confrontação
(ou espelhamento) com a materialidade através da sua alma. É o símbolo da
medicina, como foi mostrado: “serpente”, que representa a alma, presa por três
partes ao “bastão”, que representa o Eu (Self ou espírito).
Aguarde próximo capítulo.
Antonio Marques
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