domingo, 9 de agosto de 2020

AS NATUREZAS DA LIBERDADE – INTUIÇÃO – VERDADE – AMOR





Schiller em seu livro Cartas Estéticas, diz: “nós não somos porque pensamos, queremos e sentimos. (...) Nós somos porque somos. Nós sentimos, pensamos e queremos, porque além de nós existe algo diverso. A pessoa, pois, tem de ser seu próprio fundamento, já que o permanente não pode resultar de modificação; teria assim, inicialmente, a ideia do ser absoluto fundado em si mesmo; isto é a liberdade” (São Paulo : EPU, 1992, p.73).

Steiner em seu livro Filosofia da Liberdade (4 ed. São Paulo : Antroposófica, 2008), na 1ª parte, trata sobre “reconhecimento objetivo”: a intuição é a forma pela qual o pensamento pode se reconhecer e se observar (Eu sou eu) — eu sou livre no pensar. Para atingir a esse patamar, necessita-se do pré-requisito dedutivo goethiano: “observar - intelectualizar - idear”. Caso bem realizado, abre-se a porta do conhecimento superior, através das qualidades: “imaginação - inspiração - intuição”, respectivamente.

Nesse caso, a verdade é acessível a todos — a verdade como produto livre do espírito humano (GA 3). Isso traduz que temos que gerar a verdade quando observamos nosso próprio pensamento — somos livres nessa esfera.

Na 2ª parte desse livro, Steiner aborda a intuição como fonte da mais alta moralidade — “intuição moral”. O ser humano que age na liberdade atua por intuição e esta torna-se motivo e força motriz por detrás da ação por amor.

E amor tem a ver com a pura doação do Deus-Filho, do Verbo-encarnado, aos seres humanos. Tem o matiz dos Serafins, que são Seres do Amor, que permeiam a região inferior humana, nos membros, como “potência”, esperando nossa vontade, para que esta se transforme em “ato”. Dessa maneira tornamo-nos “seres morais”.

Portanto, “amor, intuição, liberdade e verdade” — são parâmetros iguais, pois correspondem à mesma esfera. Este é o ideal a ser almejado, porque é o nosso ser. Nós não somos livres ou não-livres. Estamos a caminho da liberdade, cada vez que percebemos “intuição, liberdade, verdade, amor e moralidade” em nossas ações.

Antonio Marques

Texto inspirado no Rundbrief zur Anthroposophie
Dr. F.Husemann

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