Schiller em seu livro
Cartas Estéticas, diz: “nós não somos porque pensamos, queremos e sentimos.
(...) Nós somos porque somos. Nós sentimos, pensamos e queremos, porque além de
nós existe algo diverso. A pessoa, pois, tem de ser seu próprio fundamento, já
que o permanente não pode resultar de modificação; teria assim, inicialmente, a
ideia do ser absoluto fundado em si mesmo; isto é a liberdade” (São Paulo :
EPU, 1992, p.73).
Steiner em seu livro
Filosofia da Liberdade (4 ed. São Paulo : Antroposófica, 2008), na 1ª parte,
trata sobre “reconhecimento objetivo”: a intuição é a forma pela qual o
pensamento pode se reconhecer e se observar (Eu sou eu) — eu sou livre no
pensar. Para atingir a esse patamar, necessita-se do pré-requisito dedutivo
goethiano: “observar - intelectualizar - idear”. Caso bem realizado, abre-se a
porta do conhecimento superior, através das qualidades: “imaginação -
inspiração - intuição”, respectivamente.
Nesse caso, a verdade é
acessível a todos — a verdade como produto livre do espírito humano (GA 3).
Isso traduz que temos que gerar a verdade quando observamos nosso próprio
pensamento — somos livres nessa esfera.
Na 2ª parte desse livro,
Steiner aborda a intuição como fonte da mais alta moralidade — “intuição
moral”. O ser humano que age na liberdade atua por intuição e esta torna-se
motivo e força motriz por detrás da ação por amor.
E amor tem a ver com a
pura doação do Deus-Filho, do Verbo-encarnado, aos seres humanos. Tem o matiz
dos Serafins, que são Seres do Amor, que permeiam a região inferior humana, nos
membros, como “potência”, esperando nossa vontade, para que esta se transforme
em “ato”. Dessa maneira tornamo-nos “seres morais”.
Portanto, “amor, intuição,
liberdade e verdade” — são parâmetros iguais, pois correspondem à mesma esfera.
Este é o ideal a ser almejado, porque é o nosso ser. Nós não somos livres ou
não-livres. Estamos a caminho da liberdade, cada vez que percebemos “intuição,
liberdade, verdade, amor e moralidade” em nossas ações.
Antonio Marques
Texto inspirado no
Rundbrief zur Anthroposophie
Dr. F.Husemann
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